E o povo é que sofre...

Enquanto Campos adota passagem a R$ 1. Em Macaé, transporte é caro e de baixa qualidade



Ônibus lotado, preço nas alturas e horas de espera. O transporte público no Brasil, de modo geral, sempre foi de baixa qualidade e nunca mereceu, salvo em raros casos, uma avaliação positiva dos seus usuários. A principal razão desse quadro negativo é a falta de um planejamento e de controle dos governos municipais, responsáveis pelas suas implantações, assim como a ausência de uma visão estratégica adotada pela empresa, ou empresas, que explorem o serviço nos municípios. No caso de Macaé não é diferente. O desafio de se chegar ao destino escolhido é muito grande. O preço alto, tempo de espera nos terminais e pontos de ônibus e itinerários controversos são alguns dos fatores mais agravantes. Na enquete realizada pela equipe do Expresso Regional, fica clara a indignação da população.

A população macaense, que necessita de transporte público, fica à mercê das mais variadas situações, como greves longas, aumentos de tarifas com o objetivo de atender somente aos interesses de empresários do setor, falta de qualidade no serviço, despreparo dos funcionários das empresas, falta de segurança e conforto, pontos de ônibus ou terminais sem proteção, poucos veículos disponíveis, ocasionando superlotação em horários de pico, descumprimento freqüente de horários, entre um rosário enorme de outros tantos problemas enfrentados pelos usuários. Inclusive o monopólio da empresa que explora o setor de transporte na cidade.

Podemos comparar, por exemplo, a tarifa de Macaé (R$1,90), que possui 194 mil habitantes, com as grandes cidades. Basta confrontar com Campos, cuja população é de 430 mil habitantes, e agora tem o projeto de tarifa a R$ 1,00. Não basta ter um sistema integrado de transporte, que a princípio seria uma solução aos usuários, se a tarifa não justifica os problemas enfrentados por eles. A rota dos ônibus são das mais diversas. Chegam a confundir a vida do passageiro, que fica horas esperando um ônibus sem ter outras opções. O monopólio que se formou na cidade é transparente. As únicas empresas atuantes, Macaense e 1001, fazem parte do grupo JCA, que dividem a rota entre serviço rodoviário, urbano e intermunicipal. Apesar das promessas de convocação de licitações em caráter de urgência para resolução do problema, a prefeitura está longe de garantir um atendimento que respeite quem necessita do transporte.

O transporte urbano deve ser encarado como de grande importância para a qualidade do trânsito, porque evita a utilização de carros nas ruas, com isso diminui a poluição.

FONTE: Jornal Expresso Regional