Praças que poderiam lançar talentos olímpicos em Macaé estão abandonadas

Os jogos olímpicos de Pequim, assim como outras competições esportivas mundiais de intensa repercussão da mídia internacional trazem, ao menos, um fator muito positivo no dia-a-dia das pessoas.



Os jogos olímpicos de Pequim, assim como outras competições esportivas mundiais de intensa repercussão da mídia internacional trazem, ao menos, um fator muito positivo no dia-a-dia das pessoas. As quadras, piscinas, praças, arenas de praias e campos de futebol passam a ocupar um espaço maior das atenções dos brasileiros. Em Macaé, a procura por espaços que possibilitem a prática do esporte está a cada dia mais intensa. Mas a ausência de espaços públicos equipados acaba afastando a população da prática estimulada pelas Olimpíadas.

Pelos bairros da cidade as praças públicas são as principais estruturas que ligam pessoas de todas as classes sociais através do futebol, vôlei, basquete e outras modalidades. Mas é comum encontrar mães e pais que se preocupam em deixar seus filhos freqüentarem a praça mais próxima de casa devido à violência que tomou todos os bairros de Macaé. "Eu fico com medo quando meus filhos estão na praça. Prefiram que fiquem assistindo os jogos pela televisão. É muita violência", afirma Lúcia de Souza moradora do Jardim Santo Antônio, mãe de dois jovens, o mais velho com 19 e o outro com 16 anos que jogam futebol.

Outro local de muita reclamação é o bairro Malvinas. Lá, os moradores reclamam da demora na construção da praça onde era um campinho de futebol. "Ali a gente jogava futebol. Hoje ninguém tem o que fazer no bairro", afirmou Jorge Siqueira, morador do bairro. No Bairro da Glória, a praça está mal preservada e tanto a quadra quanto o campo de grama sintética estão com os alambrados precisando de reparos. Ali, a violência também é um medo. "A gente joga bola aqui, mas não tem tranqüilidade. Além do mais está abandonada a estrutura, já precisa de reforma", pontua Filipi Rangel de 17 anos, estudante.

No bairro Novo Cavaleiros não é diferente. De acordo com moradores a Praça 29 de Julho era o local que reunia toda a juventude do bairro e de localidades vizinhas até a madrugada. Há alguns anos além do futebol, vôlei e até hóquei sobre patins eram praticados ali. "Hoje, não dá para ficar até muito tarde aqui, de vez em quando morre alguém aqui na praça, não tem policiamento. E a quadra está em péssimo estado, com buracos que podem machucar alguém e as grades todas quebradas.

Sempre perdemos bola que cai em casa com cachorro ou que caminhão passa por cima", explica João Aberto de 23 anos. No mesmo bairro, uma outra praça se tornou espaço dormitório para população de rua e também está em estado crítico de conservação. "Não tem condições de deixar meu filho aí. Preciso pagar escolinha de futebol em outro lugar. Isso é um absurdo, até droga a gente vê o povo vendendo e ninguém faz nada", falou Dona Francisca Gomes.

Na mesma situação estão as quadras da Praia Campista e o Parque da Cidade. "É triste ver que tanto dinheiro foi colocado aí e esse espaço grande não é utilizado como deveria. Já a nossa praça aqui no bairro está largada. A garotada joga bola aí porque gosta de futebol e não tem outro lugar, mas é uma vergonha", afirma Manoel Fernandes morador da Praia Campista.

FONTE: Jornal Expresso Regional