FACÇÃO CRIMINOSA ‘TOCA O TERROR’ EM MACAÉ

Caos. Essa foi a situação vivida pela população macaense na última semana. Insegurança, revolta, medo, desespero, foram os sentimentos que dominaram as pessoas que se encontraram em meio ao terror proporcionado por alguns criminosos.



Caos. Essa foi a situação vivida pela população macaense na última semana. Insegurança, revolta, medo, desespero, foram os sentimentos que dominaram as pessoas que se encontraram em meio ao terror proporcionado por alguns criminosos. Após cinco ônibus serem incendiados, o que, de acordo com a polícia, teria sido provocado por traficantes em represália às ações de combate ao tráfico de drogas, a insegurança pública pairou sobre Macaé.

Segundo a polícia, a intenção dos elementos era desestabilizar a segurança pública, provocando a desordem e causar pânico à população. Se era isso mesmo, eles conseguiram. Na tarde de quarta-feira da última semana, as pessoas corriam desesperadas pelas ruas da cidade se sentindo ameaçadas por um possível arrastão, que teria causado toque de recolher para lojistas da cidade, às 16h.

Segundo o comandante da PM, Alexandre Fontenelle, a verdade é que os traficantes da comunidade de Nova Holanda e Malvinas tiveram baixas significativas nos dias 18 e 19 do corrente, onde 04 marginais, entre eles os gerentes do tráfico dessas localidades. Depois disso, foram cinco ônibus incendiados, tumulto no centro da cidade para afrontar a polícia. E, com isso, quem paga é a população, que teve linhas de ônibus alteradas e, como se não bastasse, passou uma semana insegura nas ruas da cidade.

Segundo o comandante Fontenelle, as ações são para desestruturar a segurança. "Como nossas operações têm sido bem-sucedidas e traficantes têm tombado em confronto com a Polícia Militar, alguns elementos procuram desestabilizar a segurança pública em Macaé. Mas estamos preparados para rechaçar essa intenção", esclareceu. Ele acrescentou ainda que tais ações foram efetuadas dentro da legalidade e afirmou que a Polícia Militar continuará a combater a quem infringe a lei e que as operações irão continuar a ser realizadas visando à segurança e o bem estar da população.

Fica uma pergunta no ar. Quais os fatores que levam uma cidade como Macaé a ser tão violenta? Sendo a segunda melhor cidade do Estado do Rio de Janeiro para fazer carreira, com as possibilidades de qualificação gratuitas que Macaé oferece, como o crescimento do município pode ser tão desordenado? Cerca de 25% da cidade é favelizada, são aproximadamente 28 mil famílias em áreas de violência.

Macaé é, literalmente, uma cidade em ebulição. O crescimento da indústria do petróleo provocou um aumento populacional muito grande, com a chegada de gente de todo o país e do mundo para trabalhar. A população triplicou, são mais de 200 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE.

Com tanta gente chegando e vivendo no mesmo espaço, a cidade inchou. Aí faltaram renda e infra-estrutura para todo mundo. Aos poucos, inevitavelmente, como em toda cidade grande, começaram a aparecer problemas como a violência. Essa instabilidade só vai cessar quando as autoridades agirem no foco desse problema, gerando uma melhor distribuição de renda e melhor qualidade de vida para a população, talvez isso sim minimizasse os reflexos do crescimento.

FONTE: Jornal Expresso Regional